A geração que a tech trouxe de volta para casa
IA reduzindo burocracia, 2041 e mais nesta edição da #NEPBDT
Lembro que em 2018 uma pesquisa causou barulho com o termo nem-nem. Se não foi a primeira, acredito ter sido uma das primeiras vezes que o termo surgiu para identificar parte da população que nem estudava e nem trabalhava. A alcunha estava ligada a minha geração, os Millennials. Aproveitei o gancho e escrevi uma matéria que tentava entender as consequências disso.
Um cenário em particular ajudava a apontar o destino desses jovens (me incluo nessa também) na época: o retorno às raízes. A média de idade estava caindo nas zonas rurais e a participação feminina vinha crescendo, o que então indicava o começo do êxodo rural às avessas. As entrevistas que colhi foram muito esclarecedoras. Uma das entrevistadas falou que a falta de oportunidades nos grandes centros urbanos tinha motivado ela a voltar e então empreender na propriedade rural da própria família.
A curiosidade que eu tinha era o porquê deles em um primeiro momento abandonarem a ideia de seguir com o negócio familiar. À parte da sedução em buscar uma vocação diferente nas grandes metrópoles, uma queixa era frequente: no campo, os mais velhos não ouviam os mais novos.
Hoje ouvimos falar de agricultura de precisão a drones mapeando hectares. Inovações tecnológicas jovens como aqueles que têm liderado suas implementações e operações. Parece que no final, os "nem-nem" mostraram o que uma pesquisa não conseguiu: economias são construídas por gente com oportunidades. E a tecnologia foi fundamental para ajudar no protagonismo desses jovens, dando voz e alcance até ouvidos teimosos. Essa é a impressão que tenho para o real propósito da tecnologia: provocar o barulho necessário ao progresso, ou em outras palavras, dar voz.
A IA não precisa já melhorar o mundo, basta começar por onde você mora 🏠
Menos é mais! É com esse pensamento que dois empreendedores de tecnologia estão concentrando seus esforços para desenvolver soluções de inteligência artificial em São Francisco, nos Estados Unidos.
Anthony Jancso e Jordan Wick fundaram a startup Accelerate SF para resolver problemas práticos da sua cidade por meio da inteligência artificial. Eles obtiveram o apoio de diversas organizações governamentais e identificaram 11 desafios no setor público de São Francisco onde já poderiam começar a ajudar.
📄 Menos burocracia: Uma área de foco é a habitação, onde a IA poderia agilizar o processo de construção, auxiliando as empresas com os formulários de pedido de licença. Embora estas pequenas mudanças possam não resolver o problema dos desabrigados, podem ter um impacto positivo nos preços da habitação.
⚠️ Especulação imobiliária: Lembrando que São Francisco, onde fica o Vale do Sílicio, atualmente é muito criticada pelo seu alto custo de vida, incluindo aí moradia.
Eles já atraíram 200 engenheiros para participar de um hackathon que irá procurar tirar algumas dessas soluções do papel.
🦾 Dica de Prompt “Técnica de Bloqueio Criativo Reversa”
Peça ao ChatGPT: Liste as soluções mais óbvias para um problema criativo, em seguida, reverta cada uma, transformando-as em obstáculos criativos a serem superados.
Especifique o problema e voilà! 🎉
📖 2041: o que aconteceria se um escritor de ficção-científica se unisse a um ex-cientista de computação do Google? Esse livro é o resultado da parceria que procura por meio da literatura prever e explicar como a tencologia afetará as nossas vidas até 2041.
💡 Pra pensar:
“A tecnologia é uma forma de fazer mais com menos, e grandes modelos de linguagem são uma nova tecnologia para fazer mais com menos recursos.” - Anthony Jancso